De acordo com estudo recente, 71% dos brasileiros já se tornaram vítimas de, pelo menos, um golpe online
Hoje é Dia da Mentira. Não vou me arriscar a dizer como surgiu esse dia, afinal existem várias versões e não manjo do assunto.
O que interessa mesmo é que mentiras fazem parte da nossa existência, e na verdade, falseamentos fazem parte da existência dos seres vivos, até como forma de sobrevivência. Mas com certeza depois da internet e, principalmente, das redes sociais, mentiras começaram a fazer parte do nosso cotidiano de forma mais invasiva, muitas vezes adquirindo status de verdade absoluta.
Claro que, muitas vezes, é um falseamento leve, positivando e melhorando uma série de eventos da nossa vida. Mas o digital também abriu as portas para mentiras, golpes e fake news. Por isso, hoje, quero trazer um pouco desses dois temas que merecem a nossa atenção, mas com perspectivas diferentes.
Crimes cibernéticos
E hoje em dia, tá difícil escapar dos golpes, principalmente quando tem dinheiro envolvido. Por isso, cibersegurança, crimes digitais, resiliência cibernética e outros termos se tornaram recorrentes em notícias e é uma das maiores preocupações das empresas, até porque ela está intimamente ligada a maior preocupação, que é o lucro. Mas e quando estamos falando de pessoas, seu dinheiro e dados?
Nesse cenário, quanto menos informações estiverem disponíveis, menores são os riscos. Afinal, dados pessoais são cada vez mais valiosos. E apesar da conscientização sobre as práticas de segurança ter aumentado nos últimos anos, aqui no Brasil os números de golpes, de todos os tipos, só aumentam. De acordo com estudo recente da Nord Security, 71% dos brasileiros já se tornaram vítimas de, pelo menos, um golpe online. Por isso mesmo é importante estarmos atentos aos principais tipos de golpes digitais.
Um dos mais comuns é o phishing, no qual os fraudadores se passam por empresas conhecidas para “pescar” informações confidenciais dos usuários. Por isso é essencial estarmos atentos a links, e-mails e números suspeitos. Geralmente é fácil identificar remetentes falsos, mas para isso é essencial estarmos atentos. Por isso se costuma dizer que esses roubos são mais sobre “engenharia social” do que conhecimentos técnicos.
O mesmo acontece com perfis falsos criados pelos golpistas. Com poucas informações é possível enganar até mesmo pessoas próximas à vítima, inventando histórias no qual dinheiro é necessário. É possível conseguir estorno, mas em tempos de PIX, a coisa complica.
Por fim, sabe aquela vaga com o emprego dos sonhos ou aquela promoção irresistível que você estava esperando? Pois é, pode ser golpe! Então antes de sair dando as suas informações ou acessando links gigantes e estranhos, é melhor checar antes se isso é sorte mesmo ou mais um golpe. Como faz parte do jogo brincar com as nossas emoções, tudo que parece perfeito demais deve levantar suspeita.
Mas e no caso de empresas? Bem, aí o terreno é mais complexo, mas a inteligência artificial tem ajudado (apesar de ajudar também os criminosos). Um dos métodos utilizados é a detecção em tempo real de fraudes. Se antes a detecção de fraudes estava baseada na análise de ataques passados e na criação de regras predefinidas para identificá-los, hoje as empresas podem usar modelos de aprendizado de máquina que são capazes de analisar cada caso em tempo real, com a identificação imediata de padrões suspeitos e possíveis fraudes.
Fake news
Sabemos o quanto as fake news estão moldando a nossa realidade individual e coletiva. E claro, elas também fazem a gente perder dinheiro. Mas e quando se trata dos negócios, que são cada vez mais digitais. Como as fake news podem transformar as informações em um terreno perigoso?
Segundo um estudo realizado pela FGV, em parceria com a Aberje, as empresas brasileiras perderam R$ 20 bilhões só em 2023, por conta de fake news, principalmente quando eles tratam de questões financeiras. E olha que tem muita gente graúda que usa essa tática, não é Elon Musk?
Dados divulgados pela PWC em Janeiro deste ano, apontam que cerca de 68% dos CEOs brasileiros já enfrentaram perdas financeiras devido a notícias falsas. Isso somado ao aumento expressivo de ataques cibernéticos, deep fakes variadas e dados forjados, fazem com que todas as organizações entrem em estado de alerta.
“Nesse tabuleiro digital, é crucial que as empresas se protejam. Isso inclui o uso de ferramentas de segurança cibernética para proteger os dados da empresa, investimentos constantes em tecnologia para manter-se atualizado sobre as últimas tendências em cibersegurança e educação financeira, mas principalmente ter uma cultura organizacional preparada para enfrentar essas adversidades”, comenta Evandro Alexandre Ribeiro, especialista em cibersegurança da Avivatec, empresa de consultoria especializada em negócios.
Isso mostra o quanto as empresas devem adotar uma postura proativa em relação à proteção, além de capacitar seus funcionários em relação às fake news e as possibilidades de fraudes e golpes. Pra vocês terem uma ideia de para aonde estamos indo, na última sexta-feira, dia 29 de março, a OpenAI uma nova ferramenta de IA chamada de Voice Engine. Ela é capaz de reproduzir a voz de uma pessoa com uma amostra de apenas 15 segundos. E apesar das possibilidades incríveis dessa tecnologia em campos diversos, como a medicina e indústria de entretenimento, é a IA deixando a possibilidades de crimes e golpes ainda mais fácil.
Por isso mesmo, quando se trata do digital – e tudo hoje pode ser digitalizado, tokenizado – é preciso nos educarmos continuamente e estarmos atentos sempre, afinal a mentira digitalizada é muitas vezes mais poderosa que verdades.
Link de referência da matéria: https://www.cnnbrasil.com.br
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